Análise de mercado - Duke 390

A KTM enfim iniciou suas vendas no modelo Duke 390 no Brasil, será que ela representa uma boa compra?

Eu já acompanho esta série de motocicletas desde o seu lançamento na Índia, no modelo de 125cc, e sempre a olhei com bons olhos, embora eu achava 125cc muito pouco para a qualidade do projeto. Com o tempo foi lançada a 200cc, que já começava a ficar atraente, e por último a 390cc, que considero o ideal para a proposta desta motocicleta.

Com preço anunciado de R$ 21.000,00 pela Orange BH (representante KTM em Belo Horizonte), e futuramente vindo a ser distribuída também pela rede de concessionárias Dafra, ela preenche uma lacuna que existiu por muito tempo no mercado brasileiro, desde a tirada de linha da CB500 em 2005 e da GS500 em 2009, e que aos poucos vem recebendo lançamentos, começando pela CB500, depois com a Z300 da Kawasaki, e agora a Duke 390.

No papel, esta moto é surpreendente, pois consegue aliar um peso baixo a uma boa potência e ainda consta com diversos equipamentos de boa tecnologia, tais como suspensão invertida, computador de bordo, freios com pinça radiais, pneus radiais, sistema ABS Bosch, Central eletrônica Bosch (EMS - Electronic Management System), e quadro em treliça.


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Na prática, devido as suas características, podemos esperar uma moto esperta, o motor mono-cilíndrico aliado ao baixo peso vai render acelerações rápidas, e o tipo de construção do quadro gera maior rigidez em comparação aos usados em suas concorrentes, e mais rigidez significa uma moto menos teimosa, ou em termos "mais na mão". Com isso pode-se deduzir que ela não terá nenhum problema ao enfrentar um trânsito carregado, e com larga vantagem sobre suas concorrentes diretas (CB500 e Z300).

Porém, mesmo com um motor mais potente que a Z300, o mono-cilíndrico tem a característica de cansar rápido em altos giros, fazendo com que ela não alcance a mesma velocidade final que a Z300 ou CB500 com seus motores bi-cilíndricos, juntando ao tanque de baixa capacidade que vai gerar uma baixa autonomia, e ao baixo peso que gera um certo desconforto ao cruzar por carretas em rodovias, neste cenário ela perde a vantagem adquirida no uso urbano.

Em uso esportivo, que não é bem a proposta de nenhuma das motos deste segmento, ela volta a ter vantagem, uma vez que raramente a reta vai ter espaço para que qualquer uma delas alcance a velocidade final, a aceleração rápida na duke coloca ela na frente, e o menor peso também ajuda nas frenagens, no menor cansaço, e a melhor construção do quadro ajuda nas curvas.

Os resultados do comparativo no uso esportivo podem ser vistos neste vídeo, que não é bem com a Duke/CB500/Z300, mas com suas versões esportivas derivadas do mesmo motor, RC390/CBR500/Ninja 300.


Os melhores tempos de volta foram da RC390, seguidos da CBR500 e Ninja 300 nesta ordem.

Como explicado no post sobre a melhor moto do mundo (Link aqui), o tipo de uso define qual a melhor moto para cada situação. Para uso predominante urbano, ou para pessoas que não pretendem praticar a exaustiva tarefa de se manter em velocidades acima de 140km/h na rodovia em uma naked, ela me parece ser a melhor opção, sem contar que o peso mais baixo auxilia na economia em diversos fatores como pneus, transmissão secundária e combustível, e também facilita caso seja necessário enfrentar estradas não pavimentadas. As tecnologias usadas ficam como maior encarregadas de eu acreditar que esta moto é a melhor dentre as concorrentes diretas, além da qualidade dos materiais. Porém, deve-se ficar atento a qualidade de construção, pois na Europa existem algumas reclamações sobre defeitos apresentados neste modelo.

Para uso predominante rodoviário, se a intenção é obter maior conforto, maior desempenho, ou ambos, acredito que as concorrentes podem exercer melhor esta tarefa. E não devemos deixar passar em branco que nestes casos (Z300 e CB500), ambas tem recolhido elogios quanto a qualidade de construção.

Para o MEU estilo e tipo de uso, com certeza iria de Duke 390, mas cabe ao futuro comprador colocar na ponta da caneta as vantagens e desvantagens e escolher qual delas vai se encaixar melhor nas suas expectativas.

2 comentários:

  1. Em relação ao custo de manutenção, você já pensou em fazer um comparativo?
    Tanto durante a garantia, assim como durante o pós garantia!

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  2. Boa tarde.
    Tem diversos outros assuntos que eu tenho vontade de abordar aqui no Blog, porém mudanças no trabalho dentre outras coisas pessoais fizeram o tempo para escrever ficar quase nulo. Estas questões de manutenção são muito relativas, se usado a concessionária, algumas marcas podem apresentar vantagens sobre outras, mas, usando um bom serviço de terceiros (que podem ser melhores que a concessionária), a manutenção de uma moto só é mais cara se ela apresentar produtos de maior desempenho, no mesmo desempenho as manutenções quase sempre se equivalem.

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