Neste post, falaremos sobre a quantidade de cilindros de um motor, mais específico, o motivo que torna inviável a utilização de um cilindro muito grande para gerar força, e porque se adota mais cilindros na construção do mesmo.
Motor: Horex VR6 (clique na imagem para acessar a fonte) |
Imaginando um motor de 1 cilindro, para aumentar sua força, consequentemente é necessário aumentar o diâmetro do pistão, curso, ou ambos. Com isso sua capacidade de receber ar e combustível aumenta, e também aumenta a força da explosão devido a esta maior quantidade de ar e combustível, isto nós já vimos no post anterior.
Mas, até quando é viável este aumento de diâmetro e curso?
1º Ponto - Vamos lembrar que o pistão é uma peça que se movimenta em 2 sentidos opostos, necessitando de 2 pontos de frenagem, sendo eles o PMI e o PMS (ponto morto inferior, e ponto morto superior). Quando se expande o diâmetro do pistão, sua massa também cresce, e chegando nos pontos mortos, esta frenagem gera uma força contrária (Newton explica isso), e essa força contrária gera vibração ao motor. Embora existam diversas técnicas para amenizar esta vibração, a regra básica é: Quanto maior o diâmetro de um pistão, maior a vibração gerada por ele.
2º Ponto - Agora vamos lembrar de outro movimento, o do girabrequim, que é ligado ao pistão por uma biela e transforma este movimento de sentidos opostos do pistão em um movimento circular. Para aumentar o curso de um pistão, também é necessário aumentar o curso do girabrequim, com o pistão preso a uma ponta da biela e o girabrequim na outra ponta dela, seria uma analogia a abrir as pernas de um compasso. E da mesma maneira que a circunferência cresce quando se abre as pernas do compasso, o pistão também precisa percorrer um espaço maior para completar uma volta de girabrequim, diminuindo assim sua velocidade de rotação.
Entendendo estes 2 pontos, vimos que existe um limite físico para aumento de curso e diâmetro, e também quais os problemas podem ser gerados ao extrapolar estes limites. Com estes pontos em mente, quando estes limites são alcançados, a receita mais fácil para ganho de força é a adoção de mais um cilindro.
Deixo bem claro que, não é necessário chegar ao limite para se adotar uma maior quantidade de cilindros, tudo vai depender das características de funcionamento que o construtor deste modelo quer chegar, e cada tipo de construção pode trazer vantagens e desvantagens. Mas estas vantagens e desvantagens serão discutidas no próximo post.
De bônus, deixo imagens do maior motor de 1 pistão em uma moto de linha de produção, e também da mais potente.
Suzuki DR800 800cc 1 cilindro |
KTM Duke 690 1 Cilindro 68HP |
Até o próximo post!
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